segunda-feira, 11 de junho de 2012


Foi assim 

I

Ela se abriu
E me abriu
Recitou poemas no meu ouvido
Enquanto sugava minhas linfas

Ela se abriu
Entreaberta
Deixando uma brecha:
O rechaço que gera paixão

Se abriu
Como uma Jaracatiá
E me abriu
Como um melão

E depois de duas noites
De doce de leite
Amargou de ausência
Minha saliva



II

Olhei
A última uva do parreiral,
e na sopa fria do dia chuvoso
Me fiz carinho

Depois dela se abrir
E me deixar miga
Nadei numa insossa
Existência

Olhei
a mesma chuva
Ressurgir fertilidade
Das doces
Lembranças

E o entendimento
De que o maduro
Seja doce
na esperança

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