Nos meus devaneios
Há
uma saudade de casa
Que finda no ver do horizonte
De cá, de onde estou, irmãos
Pois sim, conhecer nunca é demais
E juntar-se, na mesma indignação
Nos impele o capataz: Tempo.
Que ganas! Temos de unir os continentes.
Imagino as cores desta nostalgia
Com a alegria da varanda
Imagino os ritmos destas avenidas
Com as vossas cantorias
E que algo me conte mesclas:
Vento tropical,
Por que não passas agora
E me aqueces os pés?
Se a colheita é sazonal,
Por que não mostra-nos
O poder de reservar?
Tempo, se atento
Sinto sol quando chuvo
E todo o revés
Dos malditos
Deixa claros e escuros
Luas, praias, gentes de candura
Muitos sóis
Em todo passo à paisagem
Seja nenhuma paragem
A última ou prima
Hora, na amplidão
Vivamos sem freios
No fundo do que toco
Há uma saudade infinda
De cá, de onde estou, irmãos
Nos meus devaneios
Em Alfama, Lisboa.
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